Filme de terror psicológico lançado em 2020, dirigido por David Koepp e baseado no livro homônimo de Daniel Kehlmann. Estrelado por Kevin Bacon e Amanda Seyfried, o filme acompanha Theodore “Theo” Conroy, um ex-banqueiro, sua esposa Susanna, uma atriz mais jovem, e sua filha Ella, durante uma estadia em uma casa de férias misteriosa no País de Gales. A produção, desenvolvida pela Blumhouse Productions, foi lançada digitalmente devido à pandemia, recebendo críticas mistas.
A trama começa quando a família chega à casa isolada, onde logo percebem eventos estranhos: o tempo parece passar de forma irregular, e todos têm pesadelos perturbadores. Theo e Susanna descobrem que nenhum dos dois reservou a casa, levantando suspeitas sobre quem os levou até lá. A filha, Ella, vê sombras assustadoras e pergunta à mãe por que as pessoas desconfiam de Theo, revelando um passado sombrio: sua primeira esposa morreu afogada na banheira, e ele foi acusado, mas inocentado, de assassinato.
Enquanto explora a casa, Theo recebe um esquadro de um comerciante local, que o instrui a medir os ângulos da construção. Ele descobre que as dimensões internas da casa são maiores que as externas, um indício de que algo sobrenatural está em jogo. Além disso, mensagens ameaçadoras aparecem em seu diário, como “Você deveria ir embora” e, posteriormente, “Você deveria ter partido. Agora é tarde demais”, aumentando a tensão.
O relacionamento de Theo e Susanna entra em crise quando ele descobre que ela escondia um telefone e mantinha um caso com outro ator. Susanna deixa a casa temporariamente, enquanto Theo e Ella tentam fugir, apenas para descobrir que estão presos em um loop temporal, sempre retornando à casa assombrada. Eles veem uma figura sombria observando-os, que mais tarde se revela ser o próprio Theo, já aprisionado pela casa.
Em um momento crucial, Theo encontra Stetler, uma entidade ligada à casa, que lhe diz que ele é quem está mantendo Ella ali. Theo finalmente confessa a verdade sobre a morte de sua primeira esposa: ele não a matou, mas a deixou morrer intencionalmente, incapaz de perdoá-la por anos de infelicidade. Aceitando sua culpa, ele permite que Ella e Susanna escapem, enquanto seu espírito fica preso na casa, condenado a repetir o ciclo de avisar seu eu passado.
O filme explora temas como culpa, redenção e a incapacidade de escapar do próprio passado. A casa age como uma entidade viva, atraindo aqueles que carregam segredos sombrios e os punindo por seus pecados. A atmosfera claustrofóbica e os elementos de horror psicológico são reforçados pela direção de Koepp e pelas atuações de Bacon e Seyfried, que transmitem a deterioração mental de seus personagens.
Embora não tenha alcançado o mesmo impacto de outros filmes da Blumhouse, “Você Deveria Ter Partido” oferece uma narrativa intrigante, com um final perturbador que questiona a natureza do arrependimento e da justiça. A revelação de que Theo estava sempre destinado a ficar na casa, preso em um ciclo de autopunição, deixa uma sensação de inevitabilidade, consolidando o filme como uma reflexão sombria sobre as consequências de nossas ações.