Um grupo de turistas franceses embarca em uma viagem rara à Coreia do Norte, onde são constantemente vigiados e controlados por guias locais. Logo ao chegar, enfrentam restrições, como a proibição de sair do hotel desacompanhados. A desconfiança é evidente, pois todo estrangeiro é considerado um espião em potencial. A atmosfera é marcada por paranoia, com retratos onipresentes dos líderes Kim Il-sung e Kim Jong-il reforçando o culto à personalidade.
A viagem revela um país isolado e empobrecido, com infraestrutura decadente, fome crônica e escassez generalizada. Agricultores sobrevivem com dietas de algas e raízes, enquanto a ajuda humanitária internacional tenta mitigar a desnutrição. Apesar da miséria, há tentativas de mostrar uma imagem alegre e desenvolvida, como parques de diversões ultrapassados e um cassino vazio, destinados apenas à elite do regime.
Durante a visita à Zona Desmilitarizada (DMZ), os turistas testemunham a tensão latente entre as duas Coreias, tecnicamente ainda em guerra desde 1953. Lá, Claude, uma das turistas, presta homenagem ao pai coreano que fugiu do país décadas antes. A emoção do momento contrasta com o constante controle militar, que inclui a inspeção e a exclusão de fotos tiradas na fronteira.
A visita ao Museu da Guerra expõe a propaganda norte-coreana que reescreve a história da guerra da Coreia, culpando os Estados Unidos por sua eclosão. Vídeos e exposições exaltam o heroísmo norte-coreano e demonizam o Ocidente. Os turistas reagem com perplexidade, mas evitam confrontos diretos com os guias, temendo retaliações em um país onde não há liberdade de expressão ou proteção diplomática.
Em Pyongyang, os visitantes conhecem escolas modelo com crianças bem treinadas, que cantam e recitam feitos dos líderes desde os três anos. Tudo é ensaiado para impressionar: sorrisos, coreografias e apresentações musicais. Apesar das aparências, as crianças são criadas sob rígido controle ideológico, com a educação voltada ao culto aos Kims e à obediência absoluta ao Estado.
Os turistas também visitam locais simbólicos, como a suposta casa onde nasceu Kim Jong-il e o vilarejo à beira-mar onde, em tese, teriam contato com moradores locais. No entanto, tudo é cuidadosamente encenado — as casas são falsas, os habitantes são escolhidos a dedo e conversas espontâneas são proibidas. Qualquer tentativa de interação autêntica é rapidamente reprimida pelos guias.
Ao fim da viagem, a conclusão é clara: a Coreia do Norte é uma vitrine cuidadosamente montada, uma ditadura militarizada que combina miséria, propaganda e vigilância. A presença de armas nucleares, o isolamento internacional e a sucessão familiar de ditadores tornam o país um exemplo extremo de autoritarismo moderno. Mesmo diante de momentos de aparente leveza, a sensação de opressão é constante — um retrato de um povo aprisionado dentro de sua própria nação.