O documentário explora a ameaça representada por meteoros, cometas e asteroides, além de seu papel na história da Terra. Ele começa descrevendo um cenário hipotético em que um meteoroide de 40 metros de diâmetro atinge Boston, causando devastação massiva. Embora esse evento seja fictício, o documentário alerta para o perigo real desses corpos celestes, que já extinguiram espécies no passado, como os dinossauros, há 65 milhões de anos, devido ao impacto de um asteroide de 10 km de diâmetro.
A ciência demorou a aceitar a teoria de que impactos extraterrestres poderiam causar extinções em massa. A descoberta de uma camada de irídio, elemento raro na Terra mas comum em asteroides, em sedimentos geológicos foi crucial para comprovar essa hipótese. Geólogos como Walter Álvares e seu pai, Louis Álvares, defenderam a ideia do catastrofismo, que explica mudanças abruptas na Terra por meio de eventos cósmicos, contrariando a visão tradicional do uniformitarianismo, que enfatiza processos lentos e graduais.
O documentário também aborda a busca por crateras de impacto, como a famosa Cratera do Meteoro no Arizona, que ajudou a confirmar a teoria dos impactos. Geólogos como Eugene Shoemaker descobriram que a Terra está repleta de crateras antigas, muitas delas escondidas ou erodidas pelo tempo. A descoberta da cratera Chicxulub, na Península de Yucatán, reforçou a ligação entre o impacto de um asteroide e a extinção dos dinossauros, embora ainda haja debates científicos sobre sua extensão exata.
Além de destruição, meteoritos e cometas podem ter trazido vida para a Terra. A teoria da panspermia sugere que os blocos fundamentais da vida, ou mesmo organismos vivos, podem ter sido transportados por esses corpos celestes. Um exemplo notável é o meteorito ALH84001, encontrado na Antártida, que alguns cientistas acreditam conter evidências de vida microbiana marciana, embora essa interpretação ainda seja controversa.
O documentário destaca os esforços modernos para monitorar objetos próximos da Terra (NEOs) e desenvolver estratégias de defesa planetária. Observatórios e missões espaciais, como a NEAR Shoemaker, que estudou o asteroide Eros, demonstram a capacidade humana de explorar e potencialmente desviar asteroides ameaçadores. A colisão do cometa Shoemaker-Levy 9 com Júpiter em 1994 serviu como um alerta para os riscos de impactos cósmicos.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios. Milhares de NEOs permanecem não catalogados, e um impacto inesperado poderia ter consequências devastadoras. Propostas como o uso de lasers ou explosivos nucleares para desviar asteroides são estudadas, mas requerem mais desenvolvimento. O documentário enfatiza a importância da vigilância contínua e da cooperação internacional para proteger a Terra.
Por fim, o documentário reflete sobre o fascínio humano por meteoros e cometas, que já foram vistos como presságios divinos e hoje são objetos de estudo científico. Embora tenhamos avançado na compreensão desses fenômenos, eles continuam a inspirar admiração e cautela. A mensagem final é clara: entender e monitorar esses visitantes cósmicos é essencial para garantir a segurança e o futuro da humanidade.