Uma crítica detalhada ao vídeo do canal Nostalgia sobre a Guerra da Coreia, acusando-o de ser uma propaganda pró-Coreia do Norte. O autor, Thiago Braga, argumenta que o vídeo romantiza o conflito e omite fatos históricos importantes, apresentando uma narrativa distorcida que favorece o regime norte-coreano. Ele destaca que o vídeo ignora a brutalidade do governo de Kim Il-sung e a influência soviética na criação do Estado norte-coreano, retratando a invasão do Sul como uma “guerra de libertação” quando, na realidade, foi um ataque não provocado.
Braga refuta várias afirmações do vídeo, utilizando fontes acadêmicas para embasar seus argumentos. Ele explica que Kim Il-sung não era uma figura popular na Coreia antes da intervenção soviética, que as eleições no Sul foram legítimas e supervisionadas pela ONU, e que milhões de norte-coreanos fugiram para o Sul devido à repressão do regime comunista. Além disso, o autor contesta a ideia de que os Estados Unidos eram os verdadeiros imperialistas, mostrando que foram os soviéticos que impuseram um governo fantoche no Norte e que os americanos estavam mais interessados em sair da Coreia do que em dominá-la.
O vídeo reposta também critica a parcialidade do vídeo pró-Coreia do Norte, que enfatiza as atrocidades cometidas pelos Estados Unidos e pelo Sul, enquanto minimiza ou ignora os crimes de guerra norte-coreanos. Braga cita massacres de estudantes e a repressão violenta a dissidentes no Norte, contrastando com a narrativa do vídeo, que descreve a ocupação soviética como “mais tranquila”. Ele ainda menciona o uso de fontes tendenciosas pelo canal Nostalgia, como materiais produzidos pelo governo norte-coreano e ativistas comunistas, em vez de estudos acadêmicos revisados por pares.
Outro ponto destacado é a manipulação da semiótica no vídeo, que retrata o Norte com cores vibrantes e imagens positivas, enquanto o Sul é mostrado de forma sombria e opressiva. Braga argumenta que essa abordagem é desrespeitosa com as vítimas da guerra, que matou quase 4 milhões de pessoas e devastou a península. Ele também rebate a alegação de que a ONU supervisionou apenas as eleições no Sul, explicando que a União Soviética impediu a presença de observadores no Norte.
O autor conclui que a Guerra da Coreia foi, acima de tudo, um conflito fratricida iniciado pelo Norte, com o apoio da China e da União Soviética, e não uma luta contra o imperialismo americano. Ele enfatiza que o regime norte-coreano, desde sua fundação, oprimiu seu próprio povo e continua a fazê-lo até hoje, sendo um dos países mais escravocratas do mundo. Braga encerra condenando qualquer forma de apologia ao regime norte-coreano, classificando-a como vergonhosa e desumana.