O MATE é um ambiente de desktop gratuito e de código aberto, baseado no antigo GNOME 2, desenvolvido para sistemas operacionais Linux e Unix-like, como BSD e illumos. Seu nome é inspirado na erva-mate sul-americana e é estilizado em letras maiúsculas, seguindo a convenção de outros ambientes como KDE Plasma e LXDE. A comunidade adotou o acrônimo recursivo “MATE Advanced Traditional Environment” (Ambiente Tradicional Avançado MATE), em referência ao espírito do software livre, similar ao GNU (“GNU’s Not Unix”).
O projeto MATE foi criado em 2011 por Perberos, um usuário argentino do Arch Linux, como resposta à insatisfação com o GNOME 3, que substituiu a interface tradicional do GNOME 2 pelo GNOME Shell. O objetivo do MATE era preservar a experiência clássica do GNOME 2, mantendo seu código-base, frameworks e aplicativos principais, enquanto evitava conflitos de nomenclatura com os componentes do GNOME 3.
O MATE foi anunciado oficialmente para o Debian em novembro de 2013 e, em janeiro de 2014, tornou-se um pacote oficial da comunidade Arch Linux. Desde então, o ambiente ganhou suporte em diversas distribuições Linux, incluindo Ubuntu MATE e Linux Mint, que o adotaram como uma opção de desktop tradicional e estável.
O MATE inclui uma série de aplicativos forkados do GNOME Core Applications, muitos deles renomeados com termos em espanhol, além de novos programas desenvolvidos especificamente para o projeto. Entre os componentes principais estão o gerenciador de arquivos Caja (fork do Nautilus), o terminal Mate Terminal e o painel tradicional, que oferece uma experiência semelhante ao GNOME 2.
O desenvolvimento do MATE busca equilibrar tradição e modernidade, migrando gradualmente para tecnologias mais recentes, como GTK 3, GSettings e D-Bus, enquanto mantém a usabilidade clássica. A versão 1.20, lançada em 2018, adicionou suporte a monitores HiDPI e atualizou o GTK para a versão 3.22. Já a versão 1.22 trouxe a migração de Python 2 para Python 3 e a substituição do dbus-glib pelo GDBus. Futuramente, o projeto planeja incluir suporte ao Wayland.
O MATE é amplamente adotado, com suporte em 27 distribuições Linux e 5 sistemas Unix-like, conforme listado em seu site oficial. Sua popularidade deve-se à simplicidade, estabilidade e familiaridade, especialmente entre usuários que preferem interfaces mais tradicionais. O projeto conta com o apoio de desenvolvedores como Martin Wimpress (Ubuntu MATE) e a equipe do Linux Mint, que o consideram uma alternativa válida a outros ambientes como KDE e Xfce.
Com uma comunidade ativa e comprometida, o MATE continua a evoluir, incorporando novas tecnologias sem abandonar sua essência. Seu foco em usabilidade, desempenho e compatibilidade o torna uma escolha atraente para quem busca um ambiente de desktop clássico, porém moderno, no mundo do software livre.