O programa “Ciência Sem Fim” recebe o Henrique Caldeira do canal Estranha História, e discute a história das pirâmides do Egito, destacando que elas não foram construídas por alienígenas, mas sim por uma evolução gradual de técnicas funerárias. O Egito antigo, uma das primeiras grandes civilizações, surgiu em torno do rio Nilo, que era essencial para a agricultura e a organização social. A sociedade egípcia era estratificada, com faraós no topo, e a construção das pirâmides começou por volta de 2600 a.C., após séculos de desenvolvimento de túmulos mais simples, como mastabas.
As pirâmides eram túmulos monumentais destinados a eternizar os faraós e facilitar sua jornada no além-vida. Elas faziam parte de complexos funerários que incluíam templos, câmaras subterrâneas e oferendas. Textos religiosos, como os “Textos das Pirâmides”, eram inscritos nas paredes para guiar os faraós no mundo dos mortos. A ideia de que as pirâmides eram tumbas é reforçada por evidências arqueológicas e documentos históricos, como os papiros de Merer, que descrevem a logística de sua construção.
As pirâmides foram construídas com blocos de pedra extraídos localmente e transportados pelo Nilo. Técnicas como rampas e alavancas foram provavelmente utilizadas, conforme sugerido por registros gregos. A pirâmide de Djoser, a primeira conhecida, foi uma evolução das mastabas, enquanto as pirâmides de Gizé (Quéops, Quéfren e Miquerinos) representam o ápice da engenharia egípcia. A Grande Pirâmide de Quéops, por exemplo, levou cerca de 20 anos para ser construída.
A egiptologia moderna começou com a decifração dos hieróglifos pela Pedra de Roseta, no século XIX. Técnicas não invasivas, como a muografia, têm sido usadas para estudar o interior das pirâmides sem danificá-las. Recentemente, teorias conspiratórias sobre câmaras secretas ou tecnologias alienígenas foram desmentidas por estudos científicos sérios, que confirmam o propósito funerário das pirâmides.
Algumas teorias sugerem que as pirâmides eram usinas de energia ou portais temporais, mas não há evidências sólidas para isso. Essas ideias muitas vezes surgem de interpretações equivocadas de dados ou da falta de conhecimento sobre o contexto histórico. Egiptólogos como Mark Lehner e Zahi Hawass têm trabalhado para desmistificar essas alegações, destacando o consenso acadêmico sobre a função das pirâmides como tumbas reais.
Pirâmides também existem em outras culturas, como as mesoamericanas, mas suas funções e métodos de construção são diferentes. Enquanto as pirâmides egípcias eram túmulos, as mesoamericanas serviam como templos. O formato piramidal é intuitivo para construções monumentais, o que explica sua aparição em diversas culturas sem necessariamente indicar uma conexão direta.
As pirâmides são um testemunho da engenhosidade e da espiritualidade do antigo Egito. Sua construção reflete avanços em matemática, astronomia e engenharia, além de um profundo respeito pela morte e pela eternidade. Embora ainda haja mistérios a serem explorados, as evidências disponíveis reforçam que elas foram obras humanas, destinadas a preservar a memória dos faraós e garantir sua vida após a morte. O fascínio pelas pirâmides continua, mas é importante separar fatos históricos de especulações infundadas.