Um episódio do podcast “Ciência Sem Fim”, onde os participantes discutem o filme Interestelar (2014) que comemoração 10 anos de seu lançamento. Com apresentação de Sérgio Sacani, o episódio conta com a participação de César Lenzi e Roberta Duarte, que abordam aspectos científicos do filme, como buracos negros, buracos de minhoca, dilatação temporal e a física por trás das cenas. Eles também comentam sobre a influência do físico Kip Thorne, consultor científico do filme, e como ele ajudou a garantir a precisão científica das representações no longa-metragem.
Um dos principais temas discutidos é a representação dos buracos negros no filme, especialmente o Gargântua, um buraco negro supermassivo. Os participantes explicam que, embora a física por trás dos buracos negros seja complexa e ainda não totalmente compreendida, o filme conseguiu retratar de forma impressionante conceitos como a dilatação do tempo e a curvatura do espaço-tempo. Eles destacam a cena em que os personagens visitam o planeta Miller, orbitando próximo ao Gargântua, onde o tempo passa muito mais devagar em relação à Terra, um efeito previsto pela teoria da relatividade geral de Einstein.
Outro ponto abordado é a viabilidade científica dos buracos de minhoca, que no filme são usados como atalhos para viagens interestelares. Embora sejam objetos teóricos e nunca observados, os buracos de minhoca são uma solução matemática possível dentro da relatividade geral, desde que exista uma matéria exótica com densidade de energia negativa. Os participantes discutem como o filme lida com essas ideias de forma especulativa, mas com base em conceitos científicos reais.
A trilha sonora do filme, composta por Hans Zimmer, também é elogiada, especialmente a forma como a música é usada para representar a passagem do tempo, com cliques que indicam dias passando na Terra enquanto os personagens estão no planeta Miller. Essa atenção aos detalhes é um dos aspectos que tornam Interestelar um filme tão impactante e cientificamente relevante.
Os participantes também comentam sobre a narrativa do filme, destacando a relação emocional entre o protagonista Cooper e sua filha Murphy, que é central para a trama. Eles discutem como o filme equilibra a ciência complexa com uma história emocionalmente envolvente, algo que contribuiu para seu sucesso e impacto cultural. Além disso, eles refletem sobre a possibilidade de uma continuação, embora a maioria concorde que o filme funciona melhor como uma obra única e autossuficiente.
Por fim, o episódio aborda a influência de Interestelar na popularização da ciência, especialmente da física e da astronomia. Muitos espectadores foram inspirados a seguir carreiras científicas após assistir ao filme, o que demonstra o poder do cinema como ferramenta de divulgação científica. No entanto, os participantes também alertam que a física apresentada no filme, embora baseada em teorias reais, é altamente especulativa e não deve ser tomada como uma representação literal da realidade.
O episódio termina com uma promoção do livro A Ciência de Interestelar, escrito por Kip Thorne, que explora os conceitos científicos por trás do filme. Os participantes incentivam os ouvintes a adquirir o livro, que está disponível em pré-venda com desconto, e a se aprofundar nos temas discutidos no episódio.