A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) é um conglomerado transnacional brasileiro, fundado em 1969 e sediado em São José dos Campos (SP). Especializada na fabricação de aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares, a empresa é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing. Com unidades no Brasil e no exterior, incluindo joint ventures na China e em Portugal, a Embraer destacou-se como uma das principais exportadoras do país, alcançando receita líquida de 35,4 bilhões de reais em 2024.
A empresa surgiu de um projeto estratégico do governo brasileiro para desenvolver a indústria aeronáutica nacional, liderado pelo engenheiro Ozires Silva. Seu primeiro avião, o EMB-110 Bandeirante, foi um marco e consolidou a Embraer no mercado. Durante as décadas de 1970 e 1980, a empresa expandiu sua linha com modelos como o Xingu e o Brasília, além de colaborar internacionalmente, como no projeto do avião de ataque AMX com a Itália. No entanto, crises econômicas na década de 1990 quase levaram a empresa à falência.
Em 1994, a Embraer foi privatizada, marcando uma virada em sua história. Sob nova gestão, a empresa reestruturou-se financeiramente e lançou a bem-sucedida família de jatos ERJ-145, seguida pelos modelos E-Jets (EMB 170/190), que conquistaram o mercado global. A privatização também impulsionou parcerias internacionais, como joint ventures na China para produção de aeronaves e a aquisição da portuguesa OGMA. Esses movimentos consolidaram a Embraer como líder no segmento de aviação regional.
A empresa investiu fortemente em inovação, desenvolvendo centros de tecnologia avançada, como um dos mais modernos laboratórios de realidade virtual do mundo. Além disso, expandiu sua atuação para aviação executiva, com modelos como o Phenom 100, Phenom 300 e Lineage 1000. A Embraer também se destacou no mercado militar, com o Super Tucano e o cargueiro KC-390, ampliando sua presença no setor de defesa e segurança.
Em 2018, a Embraer anunciou uma proposta de joint venture com a Boeing, avaliada em 4,75 bilhões de dólares, mas o acordo foi cancelado em 2020 devido a divergências contratuais. Apesar disso, a empresa manteve parcerias estratégicas, como a produção do C-390 Millennium. Além disso, subsidiárias como a EmbraerX focam em inovações, como drones de carga e propulsão elétrica, reforçando seu compromisso com tecnologia sustentável.
A Embraer possui subsidiárias especializadas, como a Embraer Aviação Agrícola (herdeira da Neiva, produtora do avião Ipanema) e a ELEB (fabricante de componentes aeronáuticos). Sua divisão de Defesa e Segurança, sediada em Gavião Peixoto (SP), é responsável por projetos militares e parcerias em sistemas de comando, radares e veículos não tripulados. A empresa também mantém operações na China e em Portugal, reforçando sua presença global.
Ao longo de sua história, a Embraer recebeu reconhecimentos por seu crescimento e inovação, como o título de “Empresa do Ano” pela Revista Exame em 2013. Com uma trajetória marcada por superação, expansão internacional e tecnologia de ponta, a Embraer consolida-se como um dos maiores símbolos da engenharia brasileira e uma das líderes globais no setor aeroespacial.